A crise econômica bateu às portas do  mundo. E no Brasil não poderia ser diferente, por mais blindado que o  governo federal diga que o país possa estar. Dentro de um cenário que permeia a  recessão global, o governo brasileiro tem medidas paliativas e pouco eficazes no  efetivo estímulo ao crescimento econômico  até porque nenhum país está inume  aos efeitos da crise. Sabemos que em tempos de crise as  primeiras medidas são de corte de gastos. Pior, são sempre as áreas sociais as  mais afetadas. Não pretendo aqui discutir as razões que levam a essa  decisão, mas as conseqüências que isso traz a um dos segmentos mais vulneráveis  da população: as crianças e os adolescentes. O governo brasileiro admite que a economia  vai crescer menos em 2009 e que serão inevitáveis cortes no Orçamento  embora a  orientação do presidente Lula à equipe econômica seja de preservar as áreas  sociais (principalmente Saúde e educação) e os projetos do Programa de  Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo o Instituto de Estudos Socioeconômicos, a  Proposta Orçamentária da União para 2009, em tramitação na Comissão de Orçamento  no Congresso Nacional, indica que quase a metade (48%) do orçamento  público já está comprometida com os credores financeiros do  governo. No que se refere à criança e ao  adolescente, a proposta, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos  Socioeconômicos, é de reduzir o crédito orçamentário dos programas de combate ao  trabalho infantil e à Exploração sexual dessa faixa etária da  população. O Programa de Erradicação do Trabalho  Infantil (Peti) pretende atender, em 2009, somente 1,1 milhão  das 4,8 milhões de crianças e adolescentes em situação de trabalho. Já  em relação ao Programa de Enfrentamento da violência sexual contra crianças e  adolescentes, relatório de avaliação identificou problemas como insuficiência de  recursos e o contingenciamento em 2007, e para 2009 os valores destinados são  8,19% menores do que em 2008. Pior: há informações de  que, com a crise, é possível que o Brasil faça cortes em programas de  educação. Entre os ameaçados estão o Pró-Infância (voltado para  creches), o Proinfo (dirigido a laboratórios de informática), o Mais Educação  (que amplia o tempo na escola) e o projeto Caminho da Escola (que prevê a  distribuição de ônibus para todos os municípios). Os cortes também podem  atrapalhar a meta do governo de levar computadores para todas as escolas  públicas até o ano de 2010. Hoje o país investe 4,3% do Produto  Interno Bruto (PIB) em educação pública (básica e superior), de acordo  com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio  Teixeira (Inep). Mas, para garantir qualidade, segundo o Plano Nacional  de Educação (PNE), Lei 10.172/2001, que se encerra em 2011, o país deveria  investir o correspondente a 7% do PIB, mas a meta foi vetada pelo então  presidente Fernando Henrique Cardoso e até agora o veto não foi derrubado. Independentemente da crise, é bom lembrar  que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou em 2002 e reafirmou em 2006 o  termo de compromisso com as crianças e adolescentes brasileiros, pelo Programa  Presidente Amigo da Criança, da Fundação Abrinq. O que significa cumprir as 21  metas estabelecidas no documento Um Mundo pelas Crianças, da ONU, que asseguram  a melhoria das condições de vida dessa população no que se refere a Saúde,  educação e proteção social. É ainda compromisso do presidente da  República incluir todas as ações para alcançar as metas no Plano Plurianual e  não contingenciar os recursos orçamentários para a execução das Políticas para a  infância. À sociedade cabe acompanhar a execução de programas sociais, bem como  o controle dos investimentos do governo. A Fundação Abrinq participa de mobilização para  que não haja cortes de recursos do governo federal nessa área e pelo fim da  Desvinculação dos Recursos da União, juntamente com outras entidades.  Que o governo cumpra com seu dever, porque nós vamos  cobrar! Synésio Batista da Costa /// Por qual razão lutaremos,  trabalharemos no presente se não cuidarmos de nossas crianças e adolecentes? Que  futuro terá o Brasil com mais e mais analfabetos e jovens marginais? Abriremos  nossas portas para mais violência  inclusive sexual! O Brasil jamais será uma  nacão senão cuidar da educação! Tempos de  barbaries!
Correio Braziliense  06/11/2008  
A Psicanalista Vera Mattos escreve sobre temas contemporâneos. Artigos, vídeos, redes sociais.Acompanhe e compartilhe.
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sábado, 8 de novembro de 2008
Crise ameaça programas sociais
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