Amor Ilimitado - A dor de Amar Demais

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Amanhã, um maracujá.

Quando nossos filhos começam a perguntar “De onde eu vim, papai?”, quase sempre encontramos uma saída na velha história da sementinha:

- Ahnn… o seguinte: papai tinha uma sementinha, e mamãe também tinha uma sementinha, e essas sementinhas muito felizes um dia se encontraram e…

- Na escola a professora disse que a gente veio do sexo.

- !? …Ah, foi é? Puxa vida. Pois então, hummm…

- Pai, se eu vim de uma sementinha, será que vai nascer um irmãozinho no feijão que eu plantei com algodão e álcool hoje na aula?

- Olha, eu…

- …E o que que é sexo?

Nessas horas, o ideal é ter uma boa TV a cabo. Ligue bem alto em qualquer canal que passe desenhos o dia inteiro. Se esta ação não explica a história da sementinha, pelo menos abre uma janela por onde os pais de primeira viagem podem respirar – ou fugir em busca de ajuda especializada.

Ainda assim, o papo da sementinha é uma grande sacada. Somos mini-sementes, literalmente. O próprio termo “espermatozóide” vem da combinação de duas palavras gregas: sperma (semente) e zoon (animal). E você sabia que na ponta de uma caneta esferográfica cabe um time inteiro de futebol feito de espermatozóides prontos para o ataque?

Durante este brotamento, vamos passando por fases de maturação que podem ser comparadas a diferentes frutas (sem piadas engraçadinhas quanto ao fato de você ser uma fruta. Concentre-se apenas na analogia, ok?). Nascemos delicados como pêssegos, crescemos goiabas promissoras, viramos maçãs pecaminosas, e então mangas maduras, para um dia, do nada, nos vermos em espelho qualquer murchos feito um maracujá do Ceasa no final do expediente.

Ao comprar uma fruta na feira do bairro, tendemos a julgar seu sabor pelo estado da casca. Não fazemos coisa muito diferente com nossos semelhantes. Peles-cascas de aparência jovem transmitem a ideia de polpas saudáveis, fortalecedoras, tendendo ao eterno, e por isso são realizadas mais de 600 mil cirurgias estéticas no Brasil, anualmente.

Para não aumentar a estatística de sementes desesperadas por uma imagem de falsa juventude, você pode empregar algumas medidas naturais relativamente simples, capazes de manter sua casca com aquela aparência suculenta por muito mais tempo.

Por exemplo: em um estudo apresentado em 2002, no encontro anual da Academia Americana de Dermatologia, pesquisadores da Universidade de Duke (EUA) demonstraram que a aplicação tópica de vitamina C e E era capaz de oferecer uma boa proteção contra os efeitos nocivos da radiação solar, melhorando a textura da pele.

Para obter a quantidade ideal de vitamina C a partir da dieta, basta que você procure incluir uma quantidade um pouco maior de frutas (especialmente cítricas) e vegetais folhosos.

A vitamina E pode ser encontrada em óleos vegetais, amêndoas, sementes, azeitonas, espinafre e aspargo, entre outros. Contudo, como é difícil obter grandes quantidades apenas a partir dos alimentos, muitas pessoas optam por consumir suplementos de vitamina E. Utilizada na forma de creme ou loção, a vitamina E é um excelente hidratante.

A vitamina A participa de vários processos de reparo tecidual, e sua deficiência pode deixar a pele ressecada e frágil. Aplicações tópicas de vitamina A são capazes de reduzir rugas e marcas de expressão, além de ajudar no controle da acne e da psoríase, mas só devem ser utilizadas sob orientação médica expressa.

A vitamina K, envolvida no processo de coagulação, pode ser utilizada de modo externo para reduzir olheiras e tratar pequenos arranhões na pele. Estudos recentes também estão avaliando o potencial da vitamina K tópica no tratamento de rugas e marcas de expressão.

Entretanto, as terapias que combatem o envelhecimento da casca são como as próprias frutas: todas têm data de validade. É bom você saber logo disso para não fazer como o sujeito de meia-idade que retornou ao consultório do cirurgião plástico, alguns meses após o “fantástico-tratamento-rejuvenescedor-anti-marcujático-que-mudará-sua-vida”. O cirurgião lhe deu um tapinha pseudo-amigável nas costas, indo direto ao assunto:


- Rapaz, foi bom você ter voltado ao consultório. Lembra aqueles seus cheques? Alguns deles voltaram…

- Pois é, doutor, e o senhor lembra daquelas minhas rugas…? Adivinhe só: Elas também!


Dr.Alessandro Loiola

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